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A PONTE DE PALMAS

Vista a montante, com os estribos a reforçaram os pilares e os olhos de boi desenhados por Manuel Cervera Royo. Os arcos são de blocos de granito, a abobadas de tijolo e o resto de alvenaria. Vista a montante, com os estribos a reforçaram os pilares e os olhos de boi desenhados por Manuel Cervera Royo. Os arcos são de blocos de granito, a abobadas de tijolo e o resto de alvenaria.

Para a cidade de Badajoz, situada na margem esquerda do Guadiana, a passagem do rio sempre foi um grande problema, ainda que, durante o verão, o mesmo se pode cruzar por vários vaus e, no resto do ano, de barca. Para garantir a passagem do rio, o rei Afonso XI (1311-1350) ordenou construir a ponte, no entanto não há certeza das obras se terem iniciado durante o seu reinado. De qualquer maneira, a sua construção paralisou-se em 1504 tendo sido apenas construídos oito pilares. As obras da ponte retomaram-se em 1511, sob a direção do arquiteto Pedro de Larrea e, anos mais tarde, seriam concluídas.

 

Desde a sua construção, sofreu o efeito de várias cheias (1545, 1603, 1708, 1736, 1740, 1758, 1766, 1790, 1814, 1823 1859 e 1876). A cheia de 1545 arruinou três arcos, porém a ponte não deve ter permanecido inutilizada por muito tempo. Em 1596, realizou-se outra reparação, mas a enchente do rio arruinou 16 dos 28 arcos da ponte. Os trabalhos de reconstrução prolongaram-se entre os anos de 1609 e 1612.

Hornaveque da Cabeça da PonteHornaveque da Cabeça da PonteEm algumas ocasiões, as obras não se cingiram à ponte propriamente dita. Assim, durante a Guerra da Restauração ou da Independência de Portugal (1640-1668), construiu-se o forte ou hornaveque da Cabeça da Ponte. Esta fortificação cortou a calçada da ponte, por outras palavras, cortou a comunicação direta entre a ponte e a margem direita do Guadiana pois, para passar para a margem direita, era necessário atravessar o hornaveque.

 

Em 1709, construiu-se a popular Fonte da Rã, que se encontra no fosso do hornaveque da Cabeça da Ponte.

Fonte da RãFonte da RãA chegada do caminho de ferro a Badajoz, e o consequente desenvolvimento do bairro da Estação, teve importantes consequências para a ponte, sendo que, em 1868, se uniu a estrada da estação (a atual Avenida Carolina Coronado) com a calçada da ponte. Para tal, foi necessário encher o fosso e parte interior do hornaveque restabelecido outra vez, uma comunicação direta entre a margem direita e a calçada da ponte.

 

 

 

Vista geral da ponte. Foi tirada a montante ou a jusante?Vista geral da ponte. Foi tirada a montante ou a jusante?

Em 1876, produziu-se uma espetacular enchente do Guadiana que arruinou seis arcos. Os trabalhos de reconstrução iniciaram-se em 1880, sob a direção do engenheiro Manuel Cervera Royo. Nesta ocasião, para além de se reconstruirem os seis arcos destruídos pela cheia, construíram-se quatro novos arcos (os que atravessam o forte da Cabeça da Ponte), abriram-se 13 olhos de boi, etc. Também se reconstruiu o murete da ponte, em alvenaria, e ergueram-se as duas guaritas no centro da ponte, etc.

 Entre 1905 e 1909, construiu-se um beiral de cimento, sendo uma das primeiras obras realizadas com este material, no entanto, o mesmo seria suprimido na reforma de 2002.

 Como resultado desta agitada história, a ponte apresenta arcos e corta-mares de distintos tamanhos, contruídos em diversos materiais (silhares, alvenaria e tijolo) tudo isso fruto das inúmeras remodelações e reformas realizadas. O número de arcos da ponte também foi alterado, passando de 28 a 32 (Cervera Royo acrescentou quatro novos arcos). Na atualidade apenas são visíveis 30, uma vez que dois deles ficaram ocultos pela estrada que une a ponte e a porta de Palmas.